Em aditamento à impugnação do acto eleitoral por mim realizada – prá acta - na Secção de Sanfins do Trancão, no dia 08 de Março de 2008, pelas 23 h e 45 minutos, enquanto delegado pela Moção “Mais Ética, Melhor Democracia”, venho relatar de forma sistematizada os factos ocorridos naquela assembleia de voto tendo em vista a realização de um inquérito para apuramento de responsabilidades e eventuais sanções disciplinares.
Como Delegado portador de credencial, apresentei-me na já referida Secção pelas 14h 45m e, desde logo, pude observar que a mesa onde os militantes preencheriam o seu voto não reunia condições de privacidade por se encontrar junto ao balcão onde seriam servidas bebidas e café aos militantes.
Pior ainda, a mesa de preenchimento dos boletins tinha as listas bem identificadas (A, C e D), coladas na mesa, mas por baixo da lista C encontrava-se uma lista de apoiantes da lista C, também colada na mesa. ( dá-se um presunto de Lamego a quem adivinhar de que é esta lista … )
Durante o período que antecedeu o início da votação procurei explicar educadamente ao camarada (Secretário Coordenador) que era necessário retirar aquela lista e proceder a um arranjo na sala que permitisse a privacidade do voto.
A reacção foi verbalmente violenta, tendo-me sido dito que sempre se tinha procedido assim naquela secção. Fui acusado de estar a fazer exigências despropositadas e provocatórias, tendo o camarada ( Secretário Coordenador ) afirmado que se as regras deixassem de ser as de sempre nem sequer valeria a pena manter-se no Partido Socialista ( e esta hein ? )
Durante este período o Presidente da Mesa da AG da Secção, camarada Aparentemente Tolerante p´ra Inglês Vêr, manteve-se colaborante e promoveu uma arrumação da mesa que permitiu resolver o problema da privacidade. A lista de apoio também foi retirada ( milagre !!! )
Contudo, quando pretendi verificar o pagamento das quotas do primeiro militante a votar ( nº 35.596 ), não foi exibido qualquer documento para além de um cartão sem vinheta. Face à minha intransigência em não deixar votar o militante sem comprovativo de pagamento, o Presidente da Mesa – o Camarada de nome Aparentemente Tolerante p´ra Inglês Ver - afirmou que o militante deveria votar porque ele garantia pessoalmente que as quotas estavam em dia.
Constatando a minha firmeza, decidiu encolerizar-se contra a minha presença na Mesa de Voto e, aos berros, expulsou-me da mesa. Disse que eu poderia pedir as informações que quisesse, impugnar o que me apetecesse, mas que seria ele a mandar no acto eleitoral. De seguida, mandou votar o militante sem que tivesse sido esclarecida a sua situação quanto às quotas.
A partir desse momento, temendo ser agredido pelos militantes exaltados afectos ao Secretariado da Secção, saí da mesa e permaneci na sala a alguma distância apenas para observar os procedimentos subsequentes. Assim, foi-me dado observar que em alguns casos o camarada Alípio dos Andaimes, sentado numa outra mesa, informava o Presidente que o votante recém-chegado tinha as quotas em dia.
Noutras ocasiões, por distracção ou por qualquer outra razão, nada era dito sobre a regularidade dos pagamentos das quotas, mas a votação prosseguia com naturalidade. Exemplos deste último caso foram os votos dos camaradas A;B;C;D;E;F; … U;V;W;X;Y e Z, ou seja todas as letras da alfabeto …
A minha expulsão da mesa foi testemunhada pelos candidatos efectivos das Lista A, C e D.
Outros camaradas também presentes observaram a ocorrência. No entanto, sendo pessoas que pertencem aos órgãos dirigentes da Secção, tenho as maiores reservas sobre a qualidade do seu testemunho. Neste grupo incluo uma militante que, pertencendo ao Secretariado, se manteve em silêncio perante a exaltação do camarada.
Face às imensas dúvidas que hoje tenho quanto à regularidade dos procedimentos de cobrança de quotas nesta Secção e tendo em conta que os militantes desta estrutura não estão habituados a actos eleitorais realizados com transparência democrática, considero que é um imperativo ético e democrático não ignorar estes acontecimentos.
Por isso, venho solicitar ao Senhor Presidente da Comissão Federativa de Jurisdição de Carrazães de Ancizeda que apure responsabilidades pelo ocorrido e, sendo o caso, dê uma sequencia disciplinar ao inquérito que certamente irá instaurar.
Saudações do Militante que subscreve esta Impugnação e que assina,
Ainda Não Perdi a Esperança Que Um Dia Isto Mude.
Sanfins do Trancão, 08 de Março de 2008.
( Livra que este militante é capaz de estar enganado no partido. Deveria era ser Monárquico … )
Qualquer semelhança com a eventual futura realidade é puríssima coincidência.
Divirtam-se … como eu me estou a divertir.
MAS DIVIRTAM-SE MESMO !
Zé do Barreiro.