O CONGRESSO NACIONAL DO PARTIDO SOCIALISTA – Reflexão III

Decidimos, desta vez, dedicar um Post aos sindicalistas. Mais concretamente aos sindicalistas socialistas e a sua obrigatória, quanto necessária, participação no Congresso Nacional.

Pensamos que todos concordarão que se trata de uma classe/parceiro social fundamental e imprescindível no sistema democrático do nosso País, cuja importância é inquestionável na nossa Sociedade. Quanto a isto não existem dúvidas.

Sabemos que os sindicalistas socialistas estão a preparar um documento de contestação ao Executivo, que tencionam entregar no partido para debate e aprovação, durante o próximo congresso socialista, nos dias 10, 11 e 12 de Novembro, em Santarém.

Em declarações publicas, divulgadas por vários órgãos da Comunicação Social, dirigentes do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, estrutura ligada à Fenprof, revelaram o «desconforto» sentido no último Conselho Nacional dos sindicalistas socialistas, pela acção do Governo, sobretudo em dois sectores: o da saúde e o da educação, e em especial neste último, onde à «acentuada desvalorização da carreira docente» se soma uma forma de relacionamento da ministra ( Maria de Lurdes Rodrigues ) com os sindicatos que estes repudiam totalmente.

Tomámos conhecimento que este documento não deverá, no entanto, transformar-se em Moção, uma vez que é entendimento dos sindicalistas socialistas, que a independência das funções sindicais face às funções partidárias desaconselha este tipo de envolvimento.

João Proença, Secretário Geral da UGT, afirmou inclusivamente não esperar moções de sindicalistas do PS afectos à sua central, mas apenas intervenções no próprio congresso.

Sobre esta matéria temos – o Zé do Barreiro tem – uma opinião muito clara e inequívoca, pois consideramos mais importantes as intervenções verbais no Congresso do que as Moções Sectoriais ( cujo prazo de entrega termina em 3 de Novembro ), porque estas geralmente têm a sua discussão remetida para o secretismo da Comissão Nacional, COMO JÁ ACONTECEU QUANDO NÓS PRÓPRIOS APRESENTÁMOS UMA MOÇÃO SECTORIAL A UM CONGRESSO NACIONAL ANTERIOR.

Confirmamos que, muitas vezes, as coisas não se discutem ( nem se votam ) na Reunião Magna, mas só num momento posterior, à porta fechada.

Contudo, apesar desta prática, as críticas não deixam de surgir e sindicalistas/Militantes do PS - dirigentes nacionais da Fenprof - afirmam, sem ambiguidades que, enquanto partido, o PS está desactivado.

O partido vive de meia dúzia de dirigentes que vão estabelecendo a linha oficial e há uma ausência total de debate no interior do partido, nomeadamente sobre as questões da educação.

Quando muito realizam-se umas sessões de esclarecimento com membros do Governo, mas aí não se pode falar em debate.

Não se pode, evidentemente, considerar que, nessas sessões, existe debate. Porque simplesmente não há.


Por tudo isto, parecem existir razões mais que suficientes para que exista um clima de grande descontentamento, do qual resultaram e resultam as várias acções de protesto que se manifestaram nas ruas no decorrer do mês de Outubro …

Atente para estes sinais, Camarada José Sócrates, atente para estes sinais !!!