TIVERAM (QUERIAM) UMA ENTRADA DE LEÃO, MAS TIVERAM UMA SAÍDA DE SENDEIRO
Meus Amigos
Camaradas,
Como certamente é do conhecimento de uma
grande maioria de Portugueses, realizou-se na última 3ª Feira, 29 de Janeiro, prolongando-se
pela madrugada de 4ª Feira, 30 de Janeiro, uma reunião da Comissão Política
Nacional do Partido Socialista na sua Sede no Largo do Rato, convocada por
António José Seguro para clarificações.
Para uma melhor compreensão dos nossos
Leitores da conspiração/cabala que um número considerável de deputados do PS (
que na AR não fazem a ponta de um corno, pelo menos que se veja ) e de certos
militantes que perderam os seus tachos dourados na era sócratina, estavam a preparar, pelo menos há
três meses, para fragilizar o Secretário
Geral do PS, vamos dividir esse triste episódio ( nunca ocorrido na História
dos 40 anos de existência do Partido Socialista ) em três momentos.
Antes da Comissão Política Nacional,
durante a CPN e após a CPN.
I – ANTES DA CPN
Alguns dirigentes do Secretariado Nacional do PS
afirmaram, categoricamente, que o avanço de António Costa para uma
recandidatura à câmara de Lisboa e para a liderança do partido seria uma coisa nunca vista no PS.
A hipótese de António Costa se candidatar a
secretário-geral do partido e à presidência da câmara de Lisboa representa,
claramente, uma deslealdade. O que significa, repetimos, uma coisa nunca vista.
Quando o partido estava a preparar a sua proposta
política e a mobilizar-se para as autárquicas – processo da escolha dos
candidatos para as eleições autárquicas - foi confrontado com uma deslealdade e
uma falta de solidariedade nunca vistas no partido, por militantes sócratinos,
afectos a António Costa.
Sabe-se que a conspiração já durava há três meses.
Não há registo histórico no PS de uma deslealdade
desta natureza, desde a sua fundação, há 40 anos !
Trata-se de uma deslealdade muito grande para com a
direcção do partido e sobretudo para com o secretário-geral.
Tanto mais que António José Seguro, segundo várias
sondagens, é o líder político mais popular em Portugal e parece que, agora, há
quem queira discutir a liderança do partido …
A fraternidade e a solidariedade, dois dos valores dos
Socialistas, está muito pouco lembrada por alguns.
Um dos deputados “conspirativos” chegou a afirmar que nesse
momento já não estavam a discutir datas, mas que nesse momento a escolha tinha
de ser de quem seria o melhor para liderar o partido, ganhar eleições e para
ganhar o país.
Outro afirmava que o PS vivifica-se e vitaliza-se com o
aparecimento de alternativas qualificadas.
Do lado dos apoiantes de António Costa sabia-se pela
comunicação social que se António José Seguro mantivesse a vontade de acelerar
os prazos internos de directas seguidas de congresso electivo, António Costa
avançaria para a recandidatura à câmara e para a liderança socialista.
Afirmaram que o anúncio de António Costa, de avançar
para a recandidatura à câmara e para a liderança socialista, deveria surgir
durante a reunião da Comissão Política Nacional dessa terça-feira, caso António
José Seguro exigisse uma clarificação interna no partido.
Portanto, Amigos, retenham, ANTES da CPN António Costa
ia anunciar que avançaria para a liderança socialista, candidatando-se a
Secretário Geral do PS.
Essa notícia até veio publicada no Público de 30 de
Abril.
II –
DURANTE A CPN
António José Seguro anuncia que se recandidata à
liderança nas próximas eleições directas, num discurso em que afirmou que
impedirá que agendas pessoais condicionem o combate político e que haja um
regresso ao passado. Estas posições foram assumidas pelo SG do PS no discurso
que abriu a reunião da Comissão Política Nacional do PS.
Afirmou que se recandidatará ao cargo de
secretário-geral em nome de uma cultura muito própria do PS, que nada tem a ver
com o PSD, uma cultura de solidariedade,
de respeito e de lealdade.
Após fazer este anúncio, AJS avisou que não admitia que
nenhum combate político fosse condicionado por agendas pessoais, pela mera
ambição pessoal e pelo regresso ao passado.
Na sua intervenção, muito aplaudida, diga-se de
passagem, o secretário-geral do PS lamentou que, na discussão sobre o processo
interno do partido - processo da escolha dos candidatos para as eleições
autárquicas - tenha havido irresponsabilidade, deslealdade e uma atitude de
colocar em causa a sua liderança, razão pela qual defendeu a necessidade de uma
clarificação.
No ponto referente à questão da irresponsabilidade
interna, António José Seguro sustentou que existe uma obstrução permanente de
alguns militantes à sua liderança e à sua direcção, condutas que considerou
intoleráveis.
Afirmou ainda, durante o seu discurso, que nos órgãos
próprios do partido, as críticas à sua direcção nunca foram feitas, embora
houvesse no último ano e meio um ambiente de facção.
Depois de ter anunciado a recandidatura a SG do PS,
contra um regresso ao passado, o secretário-geral do partido queixar-se-ia, reforçando,
a deslealdade e até a irresponsabilidade por parte de algumas vozes do partido.
Ao longo da reunião da CPN, multiplicaram-se as pistas
de que seria já inevitável o anúncio de uma candidatura de António Costa ao
cargo de secretário-geral do PS. Sabe-se que a investida contra António José
Seguro, tendo em vista o próximo Congresso, chegou a ser justificada nos
trabalhos da Comissão Política com a IMPOSSIBILIDADE DE UM ENTENDIMENTO,
portanto irreversível.
( Amigos, retenham mais esta )
Segundo elementos da corrente de António Costa, o
líder do PS terá mesmo ouvido um ultimato do presidente da Câmara de Lisboa, que
ou António José Seguro consegue unir o partido, ou então candidata-se à
liderança do PS, porque está em melhores condições de o fazer.
( Amigos, retenham ainda mais esta )
II –
APÓS A CPN
Ao
cabo de sete horas de uma reunião tensa, marcada por palavras como deslealdade
e irresponsabilidade, António Costa deixou na última madrugada os trabalhos da reunião
da Comissão Política Nacional sem avançar com o anúncio de uma candidatura à
liderança do PS, algo que chegou a ser dado, inequivocamente, como certo…
Apesar de todo o foguetório, Costa refreou o passo nos
últimos instantes da reunião.
Oficial – o que saiu da reunião - é só mesmo a
recandidatura à presidência da Câmara de Lisboa. A candidatura à liderança do
partido fica por concretizar. Pelo menos para já.
À saída da CPN António Costa prometeu trabalhar em
prol da unidade. Para evitar uma confrontação que neste momento, a todos os
títulos, era indesejável.
O secretário-geral do PS teria sido receptivo a uma proposta
que teria apresentado e acha que será possível trabalhar nos próximos dias para
tentar construir uma alternativa forte do Partido Socialista, que fortaleça o partido
nas candidaturas autárquicas e que permita unir o partido, evitando uma
confrontação que neste momento, a todos os títulos, não era desejável.
Reafirmou, mas sem esclarecer objectivamente, que o Secretário
Geral correspondeu muito positivamente a uma proposta que lhe foi apresentada.
Quando confrontado com o facto de estar a protelar
pela segunda vez uma candidatura à liderança redarguiu que a vida política não
é um concurso de vaidades, mas um sentido de serviço em torno de ideias
políticas.
É preciso ter descaramento. Refinado descaramento.
Digo eu.
“A forma como o secretário-geral do PS correspondeu à
proposta que apresentei é um bom
caminho”
Mas qual proposta ?
Tenho a certeza que muito brevemente todos
conheceremos o seu conteúdo.
O que seria que aconteceu ( presumo no decorrer da
discussão dessa proposta ) para que António Costa desistisse da sua intenção de
se candidatar a Secretário Geral do PS ( para muitos irreversível, sublinhe-se
) e anunciasse a sua recandidatura à Câmara de Lisboa ( em plena CPN! ) o que
até 30 de Janeiro de 2013 não tinha acontecido, não obstante o prazo oficial
para o ter feito ter terminado em 31 de Dezembro de 2012 ?
Tenho uma teoria.
Quando António José Seguro anunciou a sua
recandidatura a SG do Partido Socialista, tendo a sua intervenção sido
aplaudida, várias vezes, por numerosos dirigentes do partido, membros da CPN, António
Costa e os seus apoiantes, vendo o grande apoio ao Secretário Geral, recuaram
nas suas intenções, até aí IRREDUTÍVEIS E IRREVERSÍVEIS.
A enorme montanha pariu, mais uma vez, um pequeno
ratinho …
É a minha teoria.
Mas, como todos sabem, eu sou apenas o Zé…
Continuemos.
Já AJS deixou a reunião a expressar satisfação pelo
anúncio que António Costa fez na Comissão Política Nacional do PS de
recandidatura à Câmara de Lisboa.
Referiu, também, que a Comissão Política do Partido
Socialista esteve à altura das suas responsabilidades, colocando em primeiro
lugar os interesses de Portugal e os interesses dos portugueses.
Adiantou, por último, que vai propor à Comissão
Nacional - cuja reunião está marcada para 10 de Fevereiro - a marcação do
Congresso o mais breve possível.
Será um Congresso de reforço da unidade do PS e de
reforço da alternativa política ao actual Governo. As eleições directas para a
liderança do partido poderão realizar-se em 06 de Abril.
CONCLUSÃO
António Costa e os seus apoiantes tiveram ( queriam )
uma entrada de leão, mas tiveram uma saída de sendeiro.
Claramente.
Sendeiro - adj. s. m.
1. Diz-se de ou cavalo de carga pequeno mas robusto.
2. [Por extensão]
Diz-se de qualquer cavalgadura velha e ruim.
3. [Figurado]
Safado; sem-vergonha.
Noutro Dicionário:
1.Cavalo pequeno mas robusto, bom para carga
2. [ Figurado ] Indivíduo desprezível
(Do latim semitarĭu-, «que anda por
atalhos»)
Excelente fim de semana para todos,
Zé do Barreiro.