APENAS DOIS ARTIGOS DE OPINIÃO... ACTUALÍSSIMOS! QUO VADIS POBRE PARTIDO SOCIALISTA ? QUO VADIS ?
( Última sondagem - 05 de Dezembro 2014 )
O primeiro:
De
JOÃO MIGUEL TAVARES - 04/11/2014
« UMA PESSOA, UM NOME: SÓCRATES
Embora eu considere José Sócrates a pior
coisa que aconteceu a este país desde o PREC, nunca levei a sério a ideia da
“assombração socrática”, e muito menos a tese tonta de que António Costa
estaria a preparar a segunda encarnação do socratismo.
Se Sócrates ainda valesse alguma coisa
em termos eleitorais, ele não teria sido posto de lado durante a campanha das
primárias. Ora, ninguém o viu a desfilar pelas ruas, nem a discursar nos
palanques, junto àquele povo socialista que alegadamente lhe quer tão bem.
Aliás, ninguém sequer viu a sua sombra no Fórum Lisboa na noite da vitória, apesar
das suas declarações de amor semanais a António Costa na RTP. Terá sido por
acaso?
Não, não foi por acaso. José Sócrates
rouba votos, e qualquer socialista com dois dedos de testa sabe isso. António
Costa sabe isso. Augusto Santos Silva sabe isso. Pedro Silva Pereira sabe isso.
Até João Galamba sabe isso. O único que parece não saber isso é mesmo Eduardo
Ferro Rodrigues, que aparentemente esteve fechado numa cave durante dez anos,
surgindo na passada sexta-feira na Assembleia da República a elogiar “uma
pessoa, um nome: José Sócrates”.
A frase, ainda por cima, foi proferida
em tom empolgado e a transbordar de orgulho pelo trabalho desse grande
combatente anti-troika, o que deu logo origem a urros de indignação entre os
partidos do governo, a acalorados aplausos na bancada socratico-socialista, e –
imagino eu – a suores frios na testa de António Costa.
Costa, aliás, já havia feito na véspera
algumas curiosas afirmações na Quadratura do Círculo, ao ser confrontado com a
postura morna e indecisa do PS no debate sobre o orçamento. Sem desmentir a
inexistência de uma linha clara em relação ao futuro das finanças públicas,
António Costa afirmou que o PS ainda estava “a arrumar a casa”, e que o debate
sobre o orçamento tinha chegado numa altura complicada – tão complicada que
deve ter-se esquecido de passar os olhos pelo discurso de Ferro Rodrigues e
explicar calmamente ao seu novo líder parlamentar que sobre o senhor José o PS
diz sempre que respeita o seu legado, mas nunca – nunca mesmo – toma a
iniciativa de o nomear.
A razão é simples: os socialistas até
podem gostar muito da ferocidade e energia do ex-engenheiro técnico, mas gostam
muito mais do poder – e hoje em dia, para chegar ao poder, ele atrapalha, e
muito. Incapaz de se manter longe da ribalta, de não ripostar aos que o atacam
e mortinho por tentar impor a sua narrativa do resgate, Sócrates aceitou uma
cadeira de comentador semanal que tem feito maravilhas pela sua impopularidade.
Em vez de optar pela travessia do deserto, permitindo que aos poucos a memória
dos portugueses se esbatesse, Sócrates preferiu recordar semanalmente a sua
existência, fazendo o patriótico favor de nos dizer o que sente e o que pensa,
para que nunca mais possa vir a ser eleito.
É evidente que os socialistas mais
astutos já perceberam isso, e que a chamada “tralha socrática” estará em breve
a servir António Costa com a mesma devoção com que serviu José Sócrates. Agora,
parece-me bastante claro que para chegar lá, e sobretudo para chegar lá com
algo que se assemelhe a uma maioria absoluta, convinha avisar Ferro Rodrigues e
os deputados mais destrambelhados que tecer loas a Sócrates em voz alta é meio
caminho andado para que a direita moderada fuja dos socialistas como o diabo da
cruz. O PS tem de escolher: ou quer recuperar José Sócrates ou quer recuperar o
país. Os dois juntos, não dá. »
O segundo:
De João Pereira Coutinho - Correio da
Manhã - 14.11.2014
« FANTASMAS
Assisti à entrevista de António Costa na
RTP, no dia 13/11/2014.
António Costa tem razão: Portugal não
foi o único país atingido pela crise de 2011.
Mas essa não é a questão.
A questão é saber por que motivo
existiram outros países europeus que não foram ao tapete. Responder a ela
implica discutir o único território que Costa não quer pisar: o passado. Ou,
mais propriamente, os governos Sócrates e as políticas de endividamento público
que prepararam Portugal para a bancarrota. Na entrevista, não se ouviu uma
palavra séria de Costa sobre a matéria. Pelo contrário: ouviram-se várias
palavras sobre a necessidade de regressar ao ‘investimento público’ (com
dinheiro europeu ou Nacional), o que mostra que o líder do PS ainda não
aprendeu nada nem esqueceu nada.
O homem garante que não é um ‘fantasma’
nem um ‘clone’ de Sócrates.
Talvez não seja.
Mas, por enquanto, é difícil separá-los.
»
E não mencionei uma única palavra sobre
a detenção de José Sócrates no aeroporto de Lisboa quando vinha de Paris, ao
fim do dia de ontem, 21 de Novembro de 2014...
Acham que era necessário?
Saudações Socialistas,
Zé do Barreiro.
PS: Meus Amigos e Camaradas, tenham
atenção às sondagens, já a quererem demonstrar alguma coisa.
Quo Vadis pobre Partido Socialista ? Quo
Vadis ?